quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Importância Económica da Feira Internacional de Luanda

Por: Emílio Londa
(Artigo Publicado no Jornal de Angola, em Julho de 2011)

A maior parte das escolas de pensamento económico modernas concordam que os mercados são a melhor forma de organizar a actividade económica dado que os resultados obtidos são óptimos do ponto de vista da alocação dos recursos e da maximização do bem-estar social .

No entanto, a organização da actividade económica, através dos mercados assume determinados pressupostos, sem os quais, os resultados obtidos são sub-óptimos. Um dos pressupostos mais importantes diz que todos os agentes têm igual acesso a informação.

O que se verifica na prática das economias é justamente o contrário. Razões imputáveis e não imputáveis à vontade dos agentes económicos, como a inexistência de agências de informação ou em situações de custos proibitivos de acesso a informação, levam a que as assimetrias de informação sejam significativas, levando à má alocação dos recursos disponíveis.

As diversas economias desenvolvem ou adaptam diferentes mecanismos para a minimização dos problemas de assimetria de informação. Em Angola, um dos mecanismos mais importantes que tem sido usado é a realização periódica de Feiras temáticas ou generalistas que junta vários stackholders, cujo evento mais importante é, sem sombra de dúvidas, a Feira Internacional de Luanda (FIL).

A FIL, a exemplo dos fóruns económicos, permite aproximar agentes económicos que operam em vários sectores ou em diferentes segmentos do mesmo sector que, de outra forma, não seria possível. A este nível, podem fazer excelentes contratos através da comparação da qualidade e dos preços praticados por diferentes fornecedores. É também possível ter um conhecimento mais aprofundado da concorrência, tanto a efectiva como a potencial.

A nível macroeconómico, a FIL, ao reduzir as incertezas relativamente ao mercado, dado o nível de rendibilidade, atrai mais investimentos, aumenta a actividade económica, resultando em mais emprego e bem-estar. Por outro lado, uma maior actividade económica resultante do aumento da produtividade (por via do aumento da competitividade) diminui os custos médios, traduzindo-se na diminuição dos preços.

Ao estar aberta a países de diferentes estágios de desenvolvimento, a FIL permite medir periodicamente o gap tecnológico de Angola, levando ao desenvolvimento de políticas, novas formas organizacionais, e a adopção de tecnologias que permitam obter melhores soluções num contexto económico cada vez mais globalizado. A FIL permite ainda consolidar a imagem de Angola enquanto mercado de elevada potencialidade e aberto a novas e grandes parcerias.