terça-feira, 2 de junho de 2009

ANGOLA: A MEDIÇÃO DO IMPÁCTO DA CRISE

Por: Emílio LONDA

(Este é um extracto do artigo “Angola na Rota da Instabilidade” divulgado em Fevereiro de 2008 em http://www.caaei.org/ )



Dadas as evidências da crise, importa medi-la.

Para a medição da crise que se avizinha não deverão ser usados indicadores agregados como por exemplo, o PIB por pessoa. A utilização deste indicador só servirá para esconder as reais dimensões da mesma. De maior utilidade serão os indicadores de assimetrias de nível microeconómicos (embora ainda raros nos actuais estudos).

Para uma análise de maior alcance mostra-se necessário construir e acompanhar o comportamento de indicadores de qualidade de vida, indicadores de termos de troca, indicadores de concentração de riqueza e poder de compra, indicadores mais abrangentes dos níveis de preços[1] e indicadores de confiança económica dos consumidores e dos produtores.

Para uma melhor gestão macroeconómica de longo prazo é ainda necessário que se construa/adapte/aplique, para além dos já referidos, indicadores de sustentabilidade económica, indicadores da estrutura fiscal e do peso do Estado na economia, indicadores de produtividade, indicadores de diversificação económica, indicadores de diversificação de destinos das exportações, indicadores de níveis de educação e saúde, indicadores de qualidade de ambiente e do impacto económico das calamidades naturais, indicadores do impacto económico da malária e do AIDS, indicadores das assimetrias demográficas, da estrutura etária e suas tendências, indicadores energéticos e industriais, etc.

Em conclusão, “(…) há que ficarmos mais atentos. De modo algum devemos pensar que o que se passa lá fora não terá implicações sobre nós. Será uma perigosa ilusão.” (prof. Justino Pinto de Andrade em A Capita, Fev. 2008, nº 289).

[1] As restrições espaciais do IPC mostram-se cada vez mais injustificáveis.

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